Confira abaixo 5 coisas que você precisa saber sobre Tireoide:
1 – Os hormônios da tireoide atuam no peso, memória, concentração, raciocínio, humor, controle emocional, regulação dos ciclos menstruais, fertilidade, funcionamento intestinal e metabolismo.
2 – Quando ocorre o hipotireoidismo, o coração bate mais devagar, o intestino não funciona corretamente e o crescimento pode ficar.
3 – Diminuição da memória, cansaço excessivo, dores musculares e articulares, sonolência, aumento dos níveis de colesterol no sangue e depressão também são sintomas de hipotireoidismo.
4 – No caso de hipertireoidismo, que geralmente causa emagrecimento, o coração dispara, o intestino solta, a pessoa fica agitada, fala demais, gesticula muito, dorme pouco, sente-se com muita energia, embora também esteja cansada.
5 – O reconhecimento de um nódulo na tireoide pode salvar uma vida. Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. Cerca de 5-10% são cancerosos. Por isso, a palpação da glândula é de fundamental importância.
Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia12 Sinais de que você precisa avaliar sua Tireoide:
- sonolência, cansaço intenso
- alteração de humor
- dificuldade de concentração, raciocínio e memória
- diminuição da libido (desejo sexual)
- palpitações
- mudança no funcionamento do intestino
- dores musculares
- alteração de ciclo menstrual
- alteração da sensação térmica (sentir muito frio ou muito calor)
- queda de cabelo e pele seca
- aumento ou perda de peso
- desconforto na garganta e no pescoço
A alimentação influencia a tireoide?
Muitas vezes me deparo com pacientes que perguntam se algum alimento pode interferir no funcionamento da tireoide.
O IODO é essencial para a produção dos hormônios da tireoide. Felizmente no Brasil o sal de cozinha é iodado, medida adotada para prevenir doenças da tireoide como o bócio. Se você utiliza outro tipo de sal não iodado é possível que fique com deficiência desse nutriente. Por outro lado, o iodo em excesso pode levar a disfunções tireoidianas. Além do sal, encontramos iodo nos frutos do mar, algas marinhas e peixes do mar.
Encontrado na castanha do Pará, alguns estudos mostraram que o SELÊNIO pode ajudar na doença autoimune da tireoide (como tireoidite de Hashimoto). A suplementação de selênio não é recomendada para qualquer paciente com doença tireoidiana, podendo ser usada para oftalmopatia de Graves.
A SOJA e seus derivados (como o leite de soja e tofu) são os principais alimentos que podem contribuir para desregular a tireoide. As isoflavonas presentes nesses alimentos podem levar a alteração da produção dos hormônios tireoidianos e ao aumento de volume da tireoide. No entanto, esse risco é maior apenas para pessoas que não consomem iodo adequadamente ou com histórico familiar de problemas nesta glândula. Na prática, uma quantidade normal de soja é segura para a função da tireoide.
O consumo frequente de altas quantidades de VEGETAIS CRUCÍFEROS (como brócolis, couve, repolho, espinafre) podem induzir ou exacerbar o hipotireoidismo.
Portanto, evite os excessos e busque sempre o equilíbrio.
Como tomar o hormônio da tireoide?
Quando não tratado adequadamente, o hipotireoidismo pode causar complicações como aumento do colesterol, depressão, anemia, enfraquecimento do coração e dificuldade para engravidar.
A levotiroxina é o hormônio sintético (produzido em laboratório) usado por quem tem hipotireoidismo ou por quem já retirou a tireóide. Para atingirmos o sucesso do tratamento com melhora dos sintomas e níveis hormonais equilibrados é fundamental o uso correto e regular da medicação
A levotiroxina deve ser tomada todos os dias em jejum com um copo d água, de 30 a 60 minutos antes do café da manhã, pois sua absorção depende da acidez do estômago.
Além disso, nenhum remédio deve ser tomado junto com a levotiroxina. Ela deve ser tomada com um intervalo de, pelo menos, 4 horas da administração de outros medicamentos que conhecidamente alteram a sua absorção.
Caso você esqueça, pode aguardar 4 horas após sua última refeição e tomar no mesmo dia, mas o ideal é que você mantenha a rotina regular.
Uma dúvida muito comum é sobre o dia da coleta do exame laboratorial de TSH e T4livre. Nesse dia a levotiroxina só deve ser administrada logo após coletar o exame.
Dica: marque em um calendário as tomadas ou coloque o celular para despertar.
O sucesso do tratamento depende do medicamento sendo tomado corretamente todos os dias.
Tireoide e Gravidez
A gestação é um fase de muitas expectativas pela chegada do bebê e transformação de nosso corpo, que passa a vivenciar uma oscilação hormonal intensa. Os hormônios da tireóide são essenciais para a saúde da mãe e do bebê na gestação.
Durante a gravidez, a tireoide materna é mais exigida do que fora deste período. Além disso, a tireoide do feto só começa a funcionar plenamente a partir da 20ª semana da gestação.
Quando a tireoide não funciona corretamente pode haver sérios problemas durante a gestação. Na gestante, pode contribuir para hipertensão, aumento de sangramentos e até abortos. Já com relação ao bebê, pode causar problemas mentais, déficit cognitivo e aparecimento de bócio.
A avaliação do hormônio TSH deve ser o primeiro exame a ser realizado pela gestante para avaliação tireoidiana. Algumas alterações são fisiológicas, ou seja, normais na gravidez, principalmente no 1º trimestre.
Uma vez confirmada a disfunção tireoidiana na gestação o tratamento deve ser iniciado imediatamente. Felizmente, as disfunções da tireoide são tratáveis e quando controladas o risco de interferirem na gestação é reduzido drasticamente.
Tenho um nódulo na tireóide. E agora?
Ao receber o diagnóstico de nódulo na tireoide é comum vir à mente a possibilidade de câncer. Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulo tireoidiano. Aproximadamente 7 a 10% dos nódulos tireoidianos são malignos. Embora a maioria dos nódulos serem benignos, é necessário descartar a possibilidade de câncer de tireoide.
A maioria dos nódulos de tireoide são assintomáticos, ou seja o paciente não apresenta sintomas (descobre por acaso).
Inicialmente o médico solicitará exame de sangue para verificar os níveis dos hormônios da tireoide. As características do nódulo ao exame de ultrassonografia direcionarão para o caráter maligno ou benigno do nódulo. Dessa forma, para alguns nódulos será necessário realizar a punção aspirativa com agulha fina (PAAF) da tireoide.
Nem todo nódulo de tireoide deve ser operado. O endocrinologista avaliará melhor a necessidade de acompanhamento clínico ou tratamento cirúrgico.
Punção de Tireoide
A punção aspirativa com agulha fina (PAAF) da tireoide é necessária para avaliação de alguns nódulos tireoidianos. A PAAF é guiada por ultrassonografia, que permite orientar o médico até a região mais suspeita a ser avaliada. Através dela é retirada uma amostra de células do nódulo tireoidiano para análise citopatológica, que vai demonstrar o risco do nódulo ser benigno ou maligno.
A PAAF de tireoide em geral é praticamente indolor. Entretanto, a sensibilidade à dor é algo muito individual (há pessoas mais resistentes e outras mais sensíveis ao mesmo estímulo). Se houver dor leve após a punção, compressas com gelo e analgésicos simples podem ajudar a evitar desconforto.
O médico deverá colher uma amostra adequada para que a análise seja efetiva. Em uma minoria dos casos, pode ocorrer a aspiração não intencional (acidental) de células do sangue (já que a tireoide é uma glândula bem irrigada), sem que haja a coleta suficiente de células próprias da tireoide.
A PAAF de tireoide deve ser realizada preferencialmente por um médico com habilidade para realizar o procedimento de forma praticamente indolor e extremamente eficaz.
Câncer de Tireoide
O câncer de tireoide é a neoplasia endocrinológica mais comum.
Entende-se como Carcinoma Diferenciado de Tireóide (CDT), o tumor maligno da tireóide de origem epitelial, responsável por 90% ou mais dos carcinomas tireoidianos, sendo o carcinoma papilífero o principal representante desta categoria (até 80% dos casos). Além do carcinoma papilífero, incluem-se dentro do grupo de CDT o carcinoma folicular (de 15 a 20% dos casos) e o carcinoma de células de Hurthle.
O tratamento do CDT inclui, de modo geral, tireoidectomia, seguida de radioiodoterapia e terapêutica substitutiva com tiroxina.